O CULTO CRISTÃO
Há
mais de 15 anos li um livro intitulado: “CULTOS E PANACEIAS”, onde o autor (Pr.
Mauro Clementino) apresenta 10 características da música que honra a Deus. E a
partir daquele tempo tenho procurado estudar sobre o culto cristão, e infelizmente,
tenho observado que a cada dia que passa mais e mais a igreja se distância dos
princípios da Palavra de Deus, bem como das tradições que nos foram legadas
pelos pais da igreja, no que diz respeito ao culto cristão.
Quero
continuar este texto questionando será que todo o culto que temos participado
ou assistido nos últimos dias poderão ser chamados de “culto cristão”? Se este questionamento fosse feito de forma
pessoal, não tenho dúvida que a resposta seria mais ou menos essa: “lógico, se
fomos à igreja, se cantamos, se oramos e lemos a Bíblia, logo o culto foi
oferecido ao Senhor”.
A
resposta parece lógica e coerente, mas, no entanto, não é, pois o culto cristão
é muito mais do que ritualismo. O culto cristão é o ato mais importante, mais
relevante e mais glorioso na vida do homem. Nas palavras de A.D. Müller, “o
culto cristão é a forma mais vívida, mais palpável, mais central e simples da
presença de Cristo”. Essa presença só é perceptível através da fé, pois assim
como sem fé é impossível agradar a Deus, sem fé também é impossível perceber a
presença de Cristo no culto. Não importa o quanto cantamos, quanto pulamos ou
se a música é de boa qualidade, só sentiremos a presença de Cristo no culto, se
nos aproximarmos com fé e com coração limpo.
O
culto tem uma função muito significativa, pois é através dele que a Igreja tem
a oportunidade de demonstrar a sua verdadeira natureza. É no culto que a vida
da igreja se expressa e torna visível ao mundo. É no culto que a Igreja dá
provas de si mesmo; é nele que reside o seu centro. Vale dizer que é a ele que
somos levados quando verdadeiramente buscamos a Igreja. É através do culto que
a Igreja se encontra com o mundo, a fim de exercer a sua missão, ou seja, é no
culto que a Igreja clama e intercede pelo mundo. É no culto que a Igreja é
lembrada que há milhões de perdidos que precisam ouvir a mensagem da Salvação.
É no culto que a Igreja é levada a meditar no sacrifício vicário de Cristo, e
este, principalmente por ocasião da ceia, ou eucaristia, como alguns preferem.
É
através do culto, ou no culto, se assim achar melhor, que a igreja tem a
oportunidade de expressar o verdadeiro louvor a Deus, bem como expressar o
verdadeiro sacrifício ao Senhor (Rm 12.2). Ora, se o culto nos oferece essa
oportunidade, então se faz necessário preservar a distinção entre o sagrado e o profano. Essa distinção, em nossos dias, tem sido desprezada. E
quem assim age usa dos mais frágeis argumentos, tais como: “fiz-me de tudo para
ganhar alguns” (I Co 9.22), ou ainda “Deus derrubou a parede da separação” (Ef
2.14). Isso é no mínimo baratear a Palavra de Deus, fazendo a sua própria
hermenêutica, com único objetivo de dar vazão ao egoísmo ou ao estrelismo que é
tão próprio do ser humano.
É
no momento do culto que a diferença entre o sagrado e o profano deve ser mais
acentuada, mas infelizmente isto não acontece na igreja moderna, porque já é
possível encontrar culto de máscaras em algumas comunidades, em outras se
celebram dois cultos um para o público jovem e outro para o público adulto,
isso é no mínimo uma discrepância sem precedente, ora o culto é o momento do
fiel com o seu Salvador e não o momento para agradar um público e desagradar
outro.
Quando
lemos os salmos que, na verdade, são hinos de exaltação a Deus, podemos
perceber que o salmista não faz qualquer diferença entre o público que se reúne
para exaltar ao Senhor, todos, de forma uníssona são chamados a entrarem pelas
portas do templo com hino de louvor e nos átrios com cânticos de vitória.
No
Salmo 148 toda a criação é convidada a louvor a Deus. Nos versos 11 e 12 o
convite é direcionado aos homens: “Reis
da terra e todos os povos, príncipes e todos os juízes da terra; rapazes e
donzelas, velhos e crianças. Que louvem o nome do Senhor, pois o seu nome é
exaltado; a sua glória está sobre a terra”. Mais uma vez toda a raça humana
é convidada a louvar a Deus, sem se importar para faixa etária, além do que, o
salmista nos apresenta os motivos do louvor: 1) o seu nome é exaltado; 2) a
sua glória está sobre a terra.
Quero
concluir com um conselho de Inácio de Antioquia: “Procurai, pois, reunir-vos com maior frequência para Eucaristia e o
louvor de Deus. Porque, vos reunirdes amiúde para isso, defaz-se o poder de
satanás e, por causa da harmonia da vossa fé, se dissolve por completa a ameaça
de perdição que ele faz pesar sobre vós”.
Pr. Lurdeo Moura
15.11.2012
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