O
CARNAVAL E A IGREJA
“Pensem nisso, pois: quem sabe que deve fazer o bem
e não o faz comete pecado”
Tiago 5.17 (NVI).
Estamos a poucos dias do carnaval. O
carnaval é a festa mais popular do Brasil, mexe com o país de norte a sul,
direta ou indiretamente todos sofrem a influência desses dias, independente de
posição social, cultura ou religião.
A razão de ser o carnaval a festa mais
popular está no sangue do brasileiro, que é um povo festeiro, alegre e
hospedeiro. Essas características do brasileiro é a razão maior para que
turistas do mundo inteiro afluam para o nosso país para desfrutarem da alegria carnavalesca,
que é popular até mesmo nas pequenas cidades, mas é no Rio e em Salvador que se
pode encontrar maior número de turistas estrangeiros e turistas domésticos que
se dirigem para essas cidades, motivados pela efervescência do carnaval, e até
mesmo, para desfrutarem das belezas e das peculiaridades dessas cidades. O Rio
é a “Cidade Maravilhosa”, onde o mar, os morros e a mata se encontram,
oferecendo uma paisagem sem igual; Salvador a cidade de todas as raças e
crenças, onde é possível se viver várias culturas em um mesmo dia.
Embora sendo o carnaval essa festa tão
popular, no entanto, é também um evento bastante controverso, pois ao mesmo
tempo em que irradia alegria, aponta para uma realidade nefasta, pois toda a
festa é embalada por bebidas, drogas e até mesmo pelo sexo livre. Atitudes que
comprometem não só a segurança dos carnavalescos bem intencionados, mas de toda
a população vez que esta se sente vulnerável, pois a bebida e a droga tiram o
senso crítico de qualquer cidadão, levando-o a ser o que não é.
A propaganda da Brahma diz: “No carnaval
você pode ser quem você quiser (...) no carnaval meu amigo você pode ser o que
você quiser”, isso, ainda que não seja a intenção do criador da frase, mas é
sim, um apelo à desordem em nome da alegria. É também, uma grande farsa, pois
cada pessoa é única, independente de seu estado de consciência, salvo, no entanto,
pessoas que apresentam distúrbios de comportamento.
Qual deve ser a posição da Igreja
mediante essa realidade? Parece-me que
nós como igreja somos devedores ao mundo, porque na maioria das vezes agimos
como críticos ferrenhos, mas não cumprimos o nosso papel de promover um
evangelismo saudável e contínuo, e, ainda, como se não bastasse é nossa
tradição nesses dias promovermos retiros, não só para jovens, mas para a igreja
como um todo, sob a alegação que estamos tirando os jovens do meio dessa
balburdia.
Ora não sou contra os retiros, pois
tenho participado constantemente, no entanto, não posso negar que nesses
retiros não reservamos um só minuto para orar por aquelas pessoas, que em nome
da alegria carnavalesca estão se entregando à bebida, às drogas e ao sexo livre,
ou até mesmo orar pelas famílias que são vitimas desses exageros, pois algumas
perdem seus entes queridos de forma brutal, sem qualquer explicação, pois tal violência
foi motivada por bebidas e drogas.
O carnaval e os retiros evangélicos são
realidades que nunca serão mudadas em nosso país, mas como igreja, devemos
assumir atitude de responsabilidade, participando dos retiros sim, mas não
esquecendo a ordem de Deus “orar pela cidade, pois é na paz da cidade que teremos
paz” (Jeremias 29.7).
Quero encerrar lembrando que a igreja
está no mundo para ser a luz do mundo e ninguém acende uma lâmpada e esconde,
mas antes coloca no lugar alto para iluminar a casa toda (Mateus 5.15), logo
quando nos afugentamos deixamos de cumprir o nosso papel e a sociedade sofre.
Pr. Lurdeo Moura
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