sábado, 26 de janeiro de 2013


O CARNAVAL E A IGREJA
“Pensem nisso, pois: quem sabe que deve fazer o bem e não o faz comete pecado”
Tiago 5.17 (NVI).

Estamos a poucos dias do carnaval. O carnaval é a festa mais popular do Brasil, mexe com o país de norte a sul, direta ou indiretamente todos sofrem a influência desses dias, independente de posição social, cultura ou religião.

A razão de ser o carnaval a festa mais popular está no sangue do brasileiro, que é um povo festeiro, alegre e hospedeiro. Essas características do brasileiro é a razão maior para que turistas do mundo inteiro afluam para o nosso país para desfrutarem da alegria carnavalesca, que é popular até mesmo nas pequenas cidades, mas é no Rio e em Salvador que se pode encontrar maior número de turistas estrangeiros e turistas domésticos que se dirigem para essas cidades, motivados pela efervescência do carnaval, e até mesmo, para desfrutarem das belezas e das peculiaridades dessas cidades. O Rio é a “Cidade Maravilhosa”, onde o mar, os morros e a mata se encontram, oferecendo uma paisagem sem igual; Salvador a cidade de todas as raças e crenças, onde é possível se viver várias culturas em um mesmo dia.

Embora sendo o carnaval essa festa tão popular, no entanto, é também um evento bastante controverso, pois ao mesmo tempo em que irradia alegria, aponta para uma realidade nefasta, pois toda a festa é embalada por bebidas, drogas e até mesmo pelo sexo livre. Atitudes que comprometem não só a segurança dos carnavalescos bem intencionados, mas de toda a população vez que esta se sente vulnerável, pois a bebida e a droga tiram o senso crítico de qualquer cidadão, levando-o a ser o que não é.

A propaganda da Brahma diz: “No carnaval você pode ser quem você quiser (...) no carnaval meu amigo você pode ser o que você quiser”, isso, ainda que não seja a intenção do criador da frase, mas é sim, um apelo à desordem em nome da alegria. É também, uma grande farsa, pois cada pessoa é única, independente de seu estado de consciência, salvo, no entanto, pessoas que apresentam distúrbios de comportamento.

Qual deve ser a posição da Igreja mediante essa realidade?  Parece-me que nós como igreja somos devedores ao mundo, porque na maioria das vezes agimos como críticos ferrenhos, mas não cumprimos o nosso papel de promover um evangelismo saudável e contínuo, e, ainda, como se não bastasse é nossa tradição nesses dias promovermos retiros, não só para jovens, mas para a igreja como um todo, sob a alegação que estamos tirando os jovens do meio dessa balburdia.

Ora não sou contra os retiros, pois tenho participado constantemente, no entanto, não posso negar que nesses retiros não reservamos um só minuto para orar por aquelas pessoas, que em nome da alegria carnavalesca estão se entregando à bebida, às drogas e ao sexo livre, ou até mesmo orar pelas famílias que são vitimas desses exageros, pois algumas perdem seus entes queridos de forma brutal, sem qualquer explicação, pois tal violência foi motivada por bebidas e drogas.

O carnaval e os retiros evangélicos são realidades que nunca serão mudadas em nosso país, mas como igreja, devemos assumir atitude de responsabilidade, participando dos retiros sim, mas não esquecendo a ordem de Deus “orar pela cidade, pois é na paz da cidade que teremos paz” (Jeremias 29.7).

Quero encerrar lembrando que a igreja está no mundo para ser a luz do mundo e ninguém acende uma lâmpada e esconde, mas antes coloca no lugar alto para iluminar a casa toda (Mateus 5.15), logo quando nos afugentamos deixamos de cumprir o nosso papel e a sociedade sofre.

Pr. Lurdeo Moura

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